domingo, 17 de julio de 2011

E se ?


   As dúvidas movem o mundo das inquietações e com isso provoca a sede do conhecimento de uma mente pensante. Desta forma, surge uma teoria ou a descoberta de algo totalmente inédito ou algo que sirva de complemento ou de "encaixe" a uma idéia pré-existente, não deixando de ser o resultado da produção de um instante de criação gerado por uma "chispa" de fogo criado pelo nosso inconsciente dentro de nós mesmo. Essa chispa da fogueira arde, queima, assim como os nossos desejos mais secretos, aqueles que não jogaríamos ao vento ao som da nossa voz nem na frente do próprio espelho e muito menos diríamos na escuridão dos nossos sonhos mesmo que em uma cumplicidade plena com o nosso próprio travesseiro.
   O final de semana não foi muito diferente dos muitos que são no inverno para mim, me explico: Um urso hibernando seria pouco para mim! E meio a ótimas companhias como da minha super prima e da super Lú, passamos de comilança e sessão de filmes desde sexta a noite e ainda tem a tarde de domingo pela frente. Em meio a tantos filmes um deles se destacou, pela forma que fez com que eu refletisse em um dos momentos  mostrados. E admito que após essa cena a discussão foi imediata dentro de mim, discussão esta baseada no " e se...?"
    O filme se chama cartas para julieta e nada mais justo que ser passado na própria cidade de Verona na Itália, onde se originou a maior história de amor de todos os tempos - Romeu e Julieta, sim aquela mesmo escrita por william shakespeare e que todos nós conhecemos.
   A viagem de uma jovem americana e o seu noivo para Verona dá início ao enredo do filme. Chegando na cidade o tal noivo protagonizado pelo ator Gael García Bernal (alienado total e deixo aqui a minha crítica, porque ele nada mais é do que o retrato quase que perfeito de muitos homens soltos por aí, com mulheres maravilhosas ao seu lado e...e nada!). Em plena "lua-de-mel" o casal passa a viagem toda distante, ele interessadíssimo em questões de trabalho, ou eu diria, questões do seu umbigo e ela tentando ocupar o seu tempo conhecendo a cidade. Em uma dessas andanças, ela entra na casa de Julieta, sim a Capuleto aquela do Romeu e se depara com inúmeras pessoas deixando mensagens postas na parede, mensagens estas nada mais óbvio que de amor. Sim aquele amor hoje em dia tão vulgarizado e desconhecido por tantos. Ao final do dia a jovem descobre que todas aquelas mensagens colocadas por pessoas do mundo inteiro são respondidas por um grupo de pessoas. A jovem americana responde uma destas cartas achada por ela mesma, em baixo de um tijolo, esquecida pelos anos. Mesmo se passando 50 anos após a escrita da carta ela responde. Na outra semana a senhora que escreveu a carta 50 anos atrás e o seu neto chegam na cidade em busca de Lorenzo que foi o grande amor de sua vida.
   A continuidade do filme se baseia justamente na busca de Lorenzo pela Itália. A senhora que mais parecia uma garotinha de 18 anos em busca do seu amor do passado, o seu neto acompanhando e a jovem que se comoveu com a história não iriam voltar para casa sem que houvesse um final feliz. Na verdade não exatamente feliz, mas um final digno do destino que todos deveriam ser presenteados.
   Eu tenho uma certa tendência em contar o final dos filmes, mas acredito que quem leu até aqui já imagina o que aconteceu. Não irei falar mais nada, porque acredito que esse filme merece ser visto por todos, e principalmente aqueles que não acreditam em destino e continuam duvidando que cada momento tem a sua hora certa para acontecer ou que ficam perdendo tempo com coisinhas tão pequenas perante a grandiosidade de um verdadeiro amor.
   Se você já encontrou o seu ótimo! Segure-o, mostre e demonstre que ele é o seu amor. Se ainda não achou nada e nem sombra disso, acalme-se um dia esse amor virá nem antes nem depois, mas na hora certa que terá que chegar. Se você já pensou que encontrou, não decepcione-se! Pois ainda você não encontrou, pois no amor não cabe dúvidas e sim é uma força que invade sem pedir licença e se instala lá, lá mesmo, dentro do seu coraçãozinho e fica lá para sempre, não tendo prazo de validade para evaporar. Ele pode não ser vivido, mas ele fica "armezanado", mesmo na distância, mesmo com o passar dos anos.
   E o: "e se"? Na minha humilde opinião e perdão o pesar das palavras é uma bosta! Ele deveria ser abolido dos nossos pensamentos e nem se quer pronunciado. O e se, é uma amarra, uma trava, um bloqueio e uma ponte sem fim ao nosso real querer e o medo que se concretize tal desejo. Não gosto de colocar a culpa em nada e nem ninguém, mas um passarinho verde acabou de passar por aqui e de contar que é ele o responsável pelo retardo da nossa própria felicidade. Se você tem a certeza de um sentimento puro e verdadeiro, não se pergunte, fecha os olhos e sinta, o seu coração sempre sabe o que faz ele bater mais forte e o e se.... é para os fracos, é para aqueles que tem medo de viver, medo de se entregar. Se você tem um amor como o de Romeu e Julieta, não fique como o Romeu declamando versinhos e mandando cartinhas na sacada da Julieta, aja! Até faça isso, é bonitinho mas depois suba as escadas e rapte ela e sejam felizes para sempre. E se? E se NADA! Não olhe para trás, apenas sinta as batidas do seu coração pulsando nos seus passos, aqueles que você sempre sabe que deve seguir.