martes, 17 de mayo de 2011

Palavras


       Uma palavra pode modificar um roteiro. Uma vírgula mal colocada pode dar um outro sentido em uma frase e um significado oposto daquilo que realmente gostaríamos de transmitir. "As palavras tem poder". Para algumas pessoas as ditas são tão ou mais importantes quanto as palavras colocadas no papel. Mas eu não estou aqui para dizer se é ou não é, quero apenas ressaltar a importância que algumas palavras apenas colocadas em um pedaço de folha podem produzir pelo menos em mim.
       Eu me lembro quando eu era pequena tinha o costume de escrever cartas (graças a deus que passou, hoje em dia é email mesmo e muito raramente!). Ando com uma certa preguiça de escrever por escrever. Eu escrevo o que me toca, se não me toca eu não escrevo. Há aqueles que ficam lidos e esquecidos na caixa de entrada por algum tempo, até que surja a vontade de responder, ou às vezes há a vontade, mas foge são as palavras e você não tem uma idéia formada a respeito e simplesmente não sabe o que escrever e o pobre fica lá, mofando até que surja uma opinião concreta.
       Lembro também da minha mãe me dizendo para não ficar escrevendo cartas. Ela dizia:"As palavras escritas elas ficam já as palavras ditas podem ser esquecidas". E por isso que era para ter um certo cuidado com o que eu escrevia. Realmente parando para pensar, muitas das coisas que eu já escrevi, hoje já não faz mais sentido ou até pode fazer mais ainda e complementar um sentimento anterior. Eu escrevo porque acredito que as palavras quando passadas para o papel ficam mais "puras" ficam mais reais. O sentimento é mutável alguns até temos a impressão que sempre terão o maldito prefixo "I", mas com o tempo ele muda e há as suas variantes e vertentes mostrando uma nova cara, uma nova forma totalmente distinta do sentimento original. 
       Finalizo com a primeira frase do post e deixo uma pergunta: Uma palavra pode modificar um roteiro e a falta dela, também não poderia modificá-lo?

sábado, 14 de mayo de 2011

Quem vai senta no banquinho?






        Tem momentos que realmente se parecem repetir e muito no decorrer de nossas vidas... e mais uma vez uma das frases do Caio F se encaixa perfeitamente no que estou pensando neste exato momento: "Não é verdade que as pessoas se repitam. O que se repetem são as situações". O cenário, o local exato o contexto de um momento tudo pode se tornar propício para que uma situação se repita, e surge aquela frase: "tenho a impressão que já passei por isso", sem dúvida inúmeras vezes já ouve esse sentimento. Mas por mais que tudo conspire que seja a mesma "peça" ou o mesmo "roteiro" pré estabelecido se o personagem principal muda, tudo muda. E a história já não é mais a mesma.
        Bom, ruim? Eu diria que nenhum dos dois. É apenas diferente com um gostinho de algo vagamente semelhante. Eu digo vagamente, porque o foco é o ator principal e se o ator muda, o foco já não é mais o mesmo. O que eu quero dizer com isso? Simples. Que na nossa vida podemos conhecer inúmeras pessoas, algumas marcaram de alguma forma, outras nem tanto e há aquelas que nem ao menos são lembradas e não há nenhum resquício de memória, porque simplesmente não significaram nada. Algumas situações podem se parecer com outras, pessoas também podem se parecer, aparentemente eu digo, porque na essência ninguém é igual. Muitos podem passar pelo "banquinho" mas quem vai sentar nele... aí já é outra história! A gente sempre tem um palpite, eu tenho o meu e você tem o seu?!













domingo, 1 de mayo de 2011

“Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento, te surpreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.”


(Caio F.)